sexta-feira, 23 de março de 2012

10:00 h. são 10:00 h. e não 10:30H. ou daqui a pouquinho!

10:00 h. são 10:00 h. e não 10:30H. ou daqui a pouquinho!

Não importa a sua maturidade, mas um compromisso importante e sério agendado sempre gera uma ansiedade e expectativa. Pelo menos para uma das partes. Após todos esses anos de atuação em consultoria, seja na área de Gestão ou de Seleção de Executivos, o agendamento de uma reunião ou encontro com um atual ou futuro cliente/fornecedor/parceiro/outra pessoa, sempre gera uma expectativa. Pelo menos no meu ponto de vista. Pois, fui educado para isso. Você pesquisa informações sobre a empresa e/ou profissional, calcula umas quatro vezes (no mínimo) o seu tempo de deslocamento e itinerário, escolhe a roupa, revisa a sua argumentação e/ou apresentação, e acima de tudo leva em consideração que o bem mais precioso que um profissional em posição de liderança tem é o seu tempo. E se uma das partes abre uma brecha na sua agenda para este momento, este momento tem que ser especial.

Uma das competências para um gestor de alta performance é o gerenciamento do seu tempo e definição de prioridades. E me assusta e muito o atual GAP que encontramos em grande parte dos gestores. Pesquisa, estudos e constatações nos comprovam que o gerenciamento do tempo e das prioridades, agregam valor ao profissional e a organização que ele faz parte.

Esta semana, passei por mais uma que gostaria de dividir com você. Após a grande negociação que é conciliar as agendas em comum para as partes envolvidas consegui entre eu e um futuro cliente (e desejo que venha a ser) uma reunião às 10:00 horas. Vocês podem estar se perguntando, mas bem no meio da manhã, porque?  Trânsito leitor(a). Ou seja, perder uma manhã quase toda por causa de uma única visita para um futuro cliente. Mas, isso faz parte.  Chego às 09:30 h, como todo manual diz. Sento, amenizo o calor e a agitação, leio uma revista e aguardo nosso encontro. Após passados 50 minutos, sem ter nenhuma satisfação de ninguém da empresa, ligo da recepção eu  mesmo para meu contato (que teoricamente está na empresa)  e a secretária me informa que está em uma “reuniãozinha” e que daqui a pouquinho me chama. Fecho minha revista, vou embora e sigo meu dia sem ter a minha reunião. Depois de uns 50 minutos que saí, meu celular toca e é meu contato dizendo que já está disponível, pedindo desculpa pelo atraso.

A conversa segue e uma nova negociação de agenda é feita. Mas, de novo, que hábito improdutivo e condenável é esse de algumas pessoas não conseguirem dar o mínimo de satisfação ao outro, tão pouco observar uma agenda? Isso é básico. Releiam o artigo que falo sobre educação e crescimento profissional. É uma total falta de empatia para com o outro profissional. Todos temos agenda (formal ou informal) e compromissos, independente de sermos fornecedores e/ou contratantes. E esse ponto tem que ser levado em consideração, já que esses papéis constantemente se invertem em algum momento. Por isso ao alinhar e agendar um compromisso com outro profissional tenha algumas noções básicas para um melhor aproveitamento deste tempo, tão precioso, das partes envolvidas, e busquem um alinhamento dos:
  • Pontos a serem tratados;
  • Disponibilidade de tempo que cada um terá para discutir e concluir estes pontos;
  • Confirme o compromisso com antecedência;
  • Tenha o cuidado e a empatia de informar da possibilidade de um eventual atraso/cancelamento, com uma antecedência, é lógico.
Aí você me diz: mas Marcio, eu tenho o interesse de vender ou conversar com aquela pessoa. Mas, pense o seguinte, se o outro lado não lhe considere neste momento, será que ele vai lhe considerar como uma das partes interessadas? As relações são construídas em bases de confiança e consideração. E a falta de consideração de uma agenda é uma deselegância extrema. Eventualidades e fatalidades acontecem, mas satisfações mínimas são necessárias.

Bom final de semana e hoje no happy hour  chegue no horário para não correr o risco de ao dividir a conta você fique em desvantagem. 

Obs: artigo divulgado simultâneamente no site Gente & Mercado (http://genteemercado.com.br/10h-sao-10h-e-nao-10h30-ou-daqui-a-pouquinho/) e no Jornal Tribuna da Bahia (http://www.tribunadabahia.com.br/news.php?idAtual=109755)

sexta-feira, 9 de março de 2012

MONTANDO SEU CARDÁPIO

Montando seu cardápio

Começo o artigo afirmando que sei fritar um ovo muito bem e esquentar comida pronta melhor ainda, ou seja, na cozinha sou um zero à esquerda, enfim sou bom de garfo (rs.). Porém, vou aqui dar uma grande ajuda na montagem do seu cardápio profissional. O que é um cardápio? Nada mais do que um folder ou uma carta apresentando o que o restaurante oferece ao seu cliente e o valor daquela refeição. Podemos como todos sabem encontrar os restaurantes especializados, os à La Carte, os à quilo, os pratos feitos, enfim uma diversidade grande de opções tanto de gosto quanto de preço. Você para, pensa o que quer comer e vai atrás de saciar este desejo; ou pode não ter nenhuma idéia do que quer e ser surpreendido por uma experiência sensitiva única, que até hoje quando lembra, pode lhe dar água na boca ou ... naúseas.

Quando trabalho com meus clientes, auxiliando profissionais a fazerem seu Planejamento de Carreira, sempre exercito esta metáfora com relação a restaurante e cardápio. O que ele quer para sua carreira? Que tipo de prato irá servir? Que tipo de restaurante ele deseja ser? Que tipo de cliente quer ter?  Isso vai fazer toda a diferença, seja na sua preparação, atividades do dia a dia ou na remuneração que receberá. E é bom reforçar que sempre haverá espaço para todos os tipos de profissionais - afinal cada um tem um “paladar” único e tem mercado para tudo! Qual será o seu foco? Por isso vamos ao lado prático:

Reserve um espaço e um tempo para algumas sentadas e refletidas. No primeiro momento elenque tudo o que você sabe fazer e já fez. Pode ser um conhecimento técnico, uma habilidade e até mesmo atitudes que você ache importante e relevante. Não tenha pressa nem queira se enganar, este momento é muito importante para seu planejamento. Se não sabe pergunte a seus amigos, clientes, familiares, filhos, fornecedores, enfim aos nossos velhos e conhecidos stakeholders. Liste seus principais resultados e veja se eles foram gerados pelo seu CHA (Conhecimento, Habilidade e Atitude); vá e volte algumas vezes, sem pressa. Mas, com o maior cuidado e sinceridade com você mesmo(a).

Depois faça um filtro e veja quais são realmente aqueles que você mais gosta de fazer, exercitar,   que tem reconhecimento e que definitivamente geraram resultados. Utilize como ajuda e apoio uma matriz SWOT. Critique esses itens analisando as Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats) e veja o que realmente fica de importante de acordo com o(s) cenário(s) percebidos por você. Não adianta querer montar uma churrascaria em uma comunidade vegetariana. O domínio e a sua habilidade em trabalhar com essa ferramenta pode ter certeza que é um diferencial competitivo no mercado.

Analise a sua capacidade de gerar resultados, sua atual necessidade e quanto o mercado está disposto a pagar para ter o prazer de ser saciado pelo seu profissionalismo e suas competências. Pronto, a partir daí já podemos começar a construir o seu cardápio pessoal e profissional. E  começar a se diferenciar no mercado. O grande problema é que os profissionais não sabem que cardápio montar e que restaurantes querem ser. Pense com você mesmo: quando quer ter aquela sensação de dar água na boca e a certeza de que o prato lhe dará, em que restaurante você vai? Vai ao especializado ou ao genérico? Com toda a certeza vai ao melhor, mesmo sabendo que irá pagar mais caro.

E esse é um dos grandes bloqueios e entraves para uma carreira com performance acima da linha da mediocridade. O profissional tem que ter foco e definir em que mercado vai atuar. Mudar de acordo com a moda e/ou a estação do ano não lhe levará ao reconhecimento e valorização do mercado. O profissional com performance e diferenciado no mercado tem que ter foco, persistência, uma dose de teimosia e a habilidade de conseguir misturar ingredientes que às vezes nem o mercado conhecia, mas que garantem um resultado que será lembrado como uma experiência marcante. Outra dica é não ficar mudando muito, mas estar atento a pequenos detalhes que podem fazer uma grande diferença, não só no paladar, mas na apresentação também.

Bom final de semana e hoje no happy hour preste atenção ao cardápio e qual é a especialidade da casa, experimente ou peça com a certeza de que será bem aproveitada.

Obs: artigo divulgado no site Gente & Mercado (www.genteemercado.com.br) e no Jornal Tribuna da Bahia (www.tribunadabahia.com.br)