CHÁ DAS CINCO, COM OS PATOS
Mais
uma vez eu digo: só mudaremos o Brasil quando a reunião de Condomínio ocorrer
na primeira chamada e com um efetivo de 100% dos moradores quando houver
disputa para quem será o síndico. Sabe porque? Porque como posso esperar que
alguém se importe com a rua, bairro, cidade, estado e país se nem com o seu
próprio patrimônio se preocupa?
Outra
coisa eu digo, uma sociedade só muda através de dois cenários: guerra e/ou
catástrofe. Tivemos a chance na época dos Caras Pintadas e do Impeachment de
Collor, mas foi um movimento orgásmico, não teve a continuidade devida. Mais
uma vez vemos essa movimentação através da mobilização que vem ganhando força e
participação popular nas últimas semanas. Torço para que no fim consiga mudar
alguma coisa. Até mesmo para mudar, alguém tem que ser o chato da estória.
Alguém tem que botar a “cara a tapa” na linha de frente. Alguém tem que assumir
a liderança, mesmo que momentânea, mesmo que alternada, mas tem que ter alguém
que dite o ritmo, mesmo que seja um ritmo sem tanta harmonia. Quem serão os
nossos heróis deste movimento?
Estou
acompanhando o movimento do Passe Livre, da Tarifa Zero, dos Sem Partidos, dos Sem
Tetos, dos “alguma revindicação”, mas sentindo a falta do movimento
empresarial. Quero paletó e gravata pode até mesmo ser blazer, andando pelas
ruas também! O apoio falado é uma coisa, pois não venha me dizer que você está
adorando e se emocionando em ver isso, mas quem tá tomando “porrada” e baforada
de pimenta não é você, pois, a pimenta ainda não passa pela tela de LCD da sua
TV em 3D.
O
empresariado baiano tem que tomar uma atitude. E se vai sobrar “spray de
pimenta” para alguém faz parte de quem está a fim e acredita em mudanças.
Empresas locais estão sendo vendidas, estão sem competitividade, estão com
dificuldades na sua expansão, salário baixos, pouca ou nenhuma atratividade de
grandes projetos, alunos com uma formação fraca. Brilhantes e medianos
profissionais estão saindo daqui e indo para outras regiões. Pois, não venha me
dizer que inaugurar Centro de Distribuição é orgulho. Mobilidade, infra
estrutura, logística, educação, segurança e um bocado de palavras e expressões
repetidas que poderia mencionar e que já são palavras comuns tem que acontecer.
Até porque quando uma empresa sai daqui a arrecadação dos impostos também a acompanha.
Não
vejo as nossas entidades representativas pressionarem de forma dura, real e até
mais agressiva as nossas autoridades e o poder público. Associações,
Sindicatos, Federações, Conselhos de Classe, enfim qualquer entidade que
represente o interesse comum de um grupo, para a melhoria da nossa cidade e
consequentemente o nosso Estado. A maioria não se opõe nem enfrenta, pois
sempre vai ficar com receio de perder os seus projetos ou a sua
representatividade comercial/institucional. E assim ficamos na nossa mesmice e
acima de tudo satisfeitos com a nossa mediocridade, admirando o vizinho, mesmo
sabendo que a grama é artificial. Tudo muda, menos aqui? Quem afinal não quer
as mudanças, é o governo ou o empresariado ?
Como
posso na atividade de headhunter, motivar executivos a mudarem de empresas e
apresentar projetos motivadores se no final das contas o acionista não quer
essa mudança? Como sair de um local estável e dominado se não tem um grande
desafio ou uma remuneração atrativa na proposta? Eventos, fóruns, congressos
acontecem. Cartas, comunicados e outros documentos são gerados e entregues
somente para constar. Ação e atitude que mudem, cadê? Estou no aguardo ainda. E
aqui abro uma reflexão - se você ainda se arrepia e emociona quando ouve e
canta o Hino Nacional você ainda tem coração de guerreiro e quer alguma mudança.
Não quero hino cantado somente em estádio e nem por jogador! Quero o hino
cantado e emocionado por empresários e líderes.
E
hoje em algum evento de alguma entidade olhe para o lado e veja quais são os
tons das conversas. Afinal estamos “conspirando” para algo melhor ou estamos
somente tomando nosso chá das cinco conversando amenidades como patos?
Lembrando a analogia: pato não voa bem, não corre bem, nem nada bem. Então ele
faz o que? E se lembre, não use açúcar no chá, pois pode cortar o efeito do
mesmo.
Um
grande abraço, sucesso e nunca desista dos seus sonhos.
Obs.: Meus artigos têm vinculação simultânea no site Gente & Mercado (www.genteemercado.com.br) e no Jornal Tribuna da Bahia, quinzenalmente às sextas-feiras).
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