FALTA UMA MATÉRIA NAS UNIVERSIDADES E FACULDADES

FALTA UMA MATÉRIA NAS UNIVERSIDADES E FACULDADES!

Fiz duas faculdades, uma pública (UFba) e outra particular (UCSal), uma especialização e diversos cursos, em diversas entidades com foco e portes diferentes. E após todos esses anos conduzindo projetos de consultoria em gestão organizacional e contratação para níveis estratégicos e táticos, vejo que falta um elemento fundamental para o crescimento e desenvolvimento de uma carreira executiva. Um elemento que as faculdades e universidades não se deram conta até hoje e que trazem problemas graves para alguns profissionais que não tiveram a sensibilidade ou a atenção devidas da família ou mesmo da empresa no início e durante a sua trajetória profissional, que é a educação básica. A educação de se conviver em grupo e em ambientes coletivos.

O mundo executivo e corporativo exige algumas liturgias. Porém, como reflexo de uma educação deteriorada, estamos começando a sentir o seu reflexo negativo no dia a dia das corporações e no prejuízo de carreiras brilhantes e promissoras. E reforço o fato de não atuarmos e sim sermos espontâneos em nossos comportamentos e atitudes em um ambiente corporativo.

Vejo as instituições de ensino buscarem ensinar as mais recentes teorias e técnicas cognitivas, comportamentais e por ai vai, mas falta dar uma atenção ao mais básico dos ensinamentos que é a educação. Educação que aqui me refiro é aquela onde você ao chegar nos ambientes cumprimenta as pessoas olhando nos olhos, confirma a sua presença e agradece aos convites que recebe, sabe ouvir e falar, sabe comer sem parecer um homem das cavernas, sabe conversar sobre diversos assuntos, sabe ser cortês com um anfitrião, e atencioso sem ser interesseiro.

Acredito que a tão perseguida networking também está fazendo desaparecer os conceitos básicos de educação em detrimento do interesse imediato. Do fazer e dar para receber de forma rápida o que é do seu interesse. Mas, deste item, networking e seus reflexos, vou falar em um outro artigo.

Antes da minha sogra conhecer  e estar sendo consumida pelo Alzheimer ela sempre me falava de como sua mãe a preparou para a vida de casada. Além, lógico da escola tradicional, da educação caseira, ela foi matriculada em um curso na Escola Kate White. Machismo a parte, esta escola preparava as mulheres para assumirem uma casa - não vamos polemizar, mas captar a essência. Esta escola ensinava a cozinhar, costurar, se vestir, pôr uma mesa, enfim fazer uma casa funcionar. Eu confesso que no início achava bastante machista, mas hoje vejo o quanto faz falta no mundo corporativo termos esta preparação.

Vejo nas “casas corporativas” o quanto uma “esposa” mal preparada cria um ambiente confuso. E me ouso a dizer que a Qualidade Total, as Iso´s se ocuparam e preocuparam um pouco, com este papel, pois buscam “organizar” a bagunça da casa, tentando dar um padrão, até mesmo comportamental.

As empresas em seus job descriptions falam sobre conhecimentos, habilidades, atitudes,  admitem seus colaboradores e em todos os níveis e esperam que eles já venham prontos e “educados”  conforme este roteiro, mas nunca ouvi nenhuma mencionar sobre a educação como item importante neste processo. E revelo a vocês, isso impacta na sua carreira e trajetória profissional.

Sugiro que as universidades e faculdades insiram na sua grade curricular a matéria Educação Corporativa Básica, para que possamos melhorar e muito, primeiramente a relação entre as pessoas e consequentemente os resultados das organizações.

E no happy hour de hoje, chame sua avó ou alguma tia e converse sobre como era a preparação delas e se trazia algum resultados para a “casa”. 

artigo publicado simultaneamente no sie Gente & Mercado (http://genteemercado.com.br/falta-uma-materia-nas-universidades-e-faculdades/) e no Jornal Tribuna da Bahia (http://www.tribunadabahia.com.br/news.php?idAtual=106965)