CONFIABILIDADE TUPINIQUIM
Nós,
queridos baianos, ainda nos incomodamos quando dizem que trabalhamos pouco e
que vivemos na praia tomando coco e dançando axé. Mineiro se incomoda quando
fala que o alimento básico do dia a dia é o pão de queijo. O carioca que é
malandro. O Paulista que fala errado e só trabalha e por ai vai. E o Brasil é o
que ? Cada região tem a sua particularidade típica e o Brasil não fica fora
como um todo: afinal somos uma selva completa e ainda nos alimentamos à base de
frutas dançando samba o ano inteiro para uma grande parcela “ignorante” do
planeta. E afinal de contas somos o que mesmo ?
Semana
passada lendo uma revista de negócios com circulação nacional me deparo com uma
reportagem falando sobre comparativos internacionais de segurança para
investimentos. Traduzindo: a confiabilidade que empresas multinacionais têm em
investir dinheiro em alguns países. E a reportagem compara o Brasil com alguns
países africanos.
E
vamos nos equalizar e lembrar: na África só existem savanas com animais
selvagens, tribos semi-nuas e ignorantes, além de guerra civil e tribal para
tudo quanto é lado. Paletó não se usa, somente uma toalha de mesa enrolada na
cintura e todo mundo usa lança. Empresas ? Somente de Guia de Safári e
exploração de diamantes. Não é isso
mesmo ?
Olha
o que encontrei e foi revelado com este índice. Lembrando, que comparando o
Brasil com alguns países Africanos e entre parênteses a nota dada para a
Segurança Jurídica para os Investidores: África do Sul (8,0); Ilhas Mauricio
(7,7); Botsuana (6,0); Gana (6,0); Moçambique (6,0); Ilhas Seychelles (5,7);
Madagascar (5,7); Namíbia (5,3); Zâmbia (5,3); Brasil (5,3) e Cabo Verde (4,0).
E
ai, fora a lembrança de Alex, Martin, Glória e Cia., até Madagascar está na
nossa frente.
O
que foi levado em consideração para essas notas, entre outras coisas: saúde e
educação, crescimento do PIB, confiabilidade política e dos políticos,
procedimentos para abertura de empresas, obtenção de licenças, custo de
exportação, carga tributária. E sabe qual é a conclusão do artigo: custos
elevados e regras confusas, além de numerosas, afugentam os investidores mais
que a pobreza ou a desigualdade.
E
o que tem isso a ver com nossa terra do dendê e axé? Tudo! Absolutamente tudo! Ou você acha que a
falta de investimentos e a vinda de empresas é somente por causa do nosso
salitre ? Nossos baixos salários e poucas boas e excelentes oportunidades de
emprego e projetos ? É por causa da música duvidosa ?
Amanhã
é 7 de setembro, dia de comemorar a nossa “independência”. Dia em que nos
orgulhamos de sermos um país livre e autônomo para seguir com seus próprios pés
a direção e rumo que se deseja. Dia em que devemos nos orgulhar. Dia em que
devemos parar e refletir que país é esse que estamos fazendo. Sim, estamos
fazendo! Afinal tudo o que acontece de resultado tem a minha, a sua, a nossa
parcela. Se não de contribuição, pelo menos de omissão.
Li
outro dia uma postagem em uma rede social: Brasil o gigante acordou, andou,
tropeçou, caiu e dormiu de novo. E lembrando dos contos de fada e do nosso dia
a dia, um mosquito (pode ser da dengue, por exemplo um metafórico) derruba um
gigante.
E
no happy hour de hoje, vamos ver se conseguimos cantar o hino inteiro, não
aquela primera parte que cantam nos jogos de futebol. E vai a dica: vejam e/ou revejam
o filme-desenho Madagascar, é lindo!
Obs.: meus artigos são publicados simultâneamente no site Gente & Mercado (http://www.genteemercado.com.br/confiabilidade-tupiniquim-2/) e no Jornal Tribuna da Bahia, quinzenalmente às sextas-feiras.
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